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Garrett numa sessão fotoráfica

Garrett
McNamara

Surfista de Ondas Gigantes

Se há algo que os dois lounges da Mercedes-Benz, na Nazaré e em Lisboa, têm em comum é a importância que dão ao ato de transmitir conhecimentos e valores sustentáveis às novas gerações. No cenário nazareno é habitual o Mercedes-Benz Surfing Lounge receber grupos de crianças que aproveitam o dia para conhecer tudo sobre o edifício, alimentado por baterias de veículos recicladas e cuja decoração é uma montra de materiais que ali receberam uma segunda ou terceira vida. Muitas destas crianças tiveram ali ainda a oportunidade de conhecer e de falar com Garrett McNamara. O surfista de ondas gigantes não só é uma voz no mundo do surf e uma inspiração em cima da prancha como o é também fora de água, sublinhando sempre que faz por retribuir tudo o que o mar lhe dá para lhe dar de volta, uma mensagem que faz questão de partilhar com estas crianças e com os filhos. “Com os nossos filhos, partilhamos com eles que 50% a 70% do oxigénio no planeta Terra vem do oceano. Partilhamos com eles quais são os desafios que o oceano enfrenta e quais são as soluções que podemos apresentar. Partilhamos a importância de ter uma garrafa de água reutilizável, de levar sempre o seu saco reutilizável, de comer orgânico e comer local. Pensar no que é realmente importante”, revela o surfista, que acredita que esta consciencialização é crucial em qualquer ambiente educacional, ressaltando a necessidade de viver pelo exemplo e de tomar decisões conscientes no dia a dia. Esta abordagem prática é essencial para que as gerações futuras desenvolvam hábitos que beneficiem o planeta a longo prazo.

“Os meus filhos adoram o oceano. Adoram surfar. Adoram nadar. São apaixonados pelo oceano e, por isso, querem protegê-lo”, partilhou connosco, uma mensagem que está em linha com a máxima adotada pelo Mercedes-Benz Oceanic Lounge: “Para proteger, precisas de conhecer. As pessoas só amam aquilo que conhecem e só protegem aquilo que amam.”

“Aqui no Mercedes-Benz Oceanic Lounge, quando vamos para a água, temos sempre uma componente educacional. Não vamos para a água só porque sim. Não vamos só mostrar os golfinhos, não vamos só velejar. Temos sempre nas nossas atividades o acompanhamento de profissionais, normalmente biólogos, nas saídas para ver cetáceos, nas limpezas de praia, na escola de vela”, explicou Bernardo Queiroz, responsável pelo Mercedes-Benz Oceanic Lounge, enfatizando que a ideia é fazer com que saiam destas atividades com uma visão diferente sobre o meio ambiente. “As pessoas entram aqui com uma atitude e uma mentalidade, mas saem daqui com outra”, explica.

A ideia de que as novas gerações precisam de ser educadas para a sustentabilidade não é nova, mas ganha cada vez mais importância no contexto atual de mudanças climáticas e degradação ambiental. Bernardo acredita que as ações realizadas no Mercedes-Benz Oceanic Lounge, tanto as saídas para a água como as atividades de educação ambiental que fazem em parceria com o Oceanário de Lisboa, em que os biólogos vão às escolas, são “uma porta de entrada em casa através dos miúdos”.

Durante as entrevistas que fomos tendo, Bernardo destacou a importância de envolver profissionais capacitados para garantir que a mensagem é transmitida de forma eficaz. “Tu consegues chegar ao coração das crianças e mudar a mentalidade delas, não só nestas saídas para a água, mas também nas idas de educação ambiental que nós fazemos nas escolas”, acrescentou. “Os biólogos vão às escolas e fazem com que as crianças cheguem a casa e falem com os pais, tentando de alguma forma passar a mensagem aos pais. É quase como a entrada em casa que tu consegues através dos miúdos.”

Bernardo
Queiroz

Responsável Mercedes-Benz Oceanic Lounge
Bernardo a falar ao rádio

Tu consegues, chegando ao coração das crianças e mudando a mentalidade das crianças, fazer com que cheguem a casa e falem com os pais e, de alguma forma, passar-lhes a mensagem

Bernardo Queiroz
Mercedes-Benz Oceanic Lounge
Júlio a ser entrevistado para o documentário

Júlio
Estrelinha

Psicólogo educacional

“É preciso consciencializar [as crianças para a proteção do oceano], da mesma forma que há uns anos foi necessário preparar as nossas gerações relativamente à questão da reciclagem, por exemplo. Foram as crianças de então que levaram esses processos para casa e até acabaram por passar esses processos aos pais”, lembrou Júlio Estrelinha, psicólogo e um dos precursores do projeto Educar para uma Geração Azul, destacando a eficácia de envolver as crianças nas práticas de sustentabilidade. A introdução de programas como o Educar para uma Geração Azul visa criar uma geração mais consciente, capaz de equilibrar desenvolvimento e sustentabilidade.

O que é o projeto Educar para um Geração Azul?

Esta iniciativa, proposta pelo Oceanário de Lisboa e acolhida pelo município da Nazaré, integrou a flexibilidade curricular das escolas locais, proporcionando uma educação contínua sobre o oceano e a sustentabilidade. O Agrupamento de Escolas da Nazaré passou a contar com tempo semanal para se poder falar sobre o oceano. Educar para uma Geração Azul passou a integrar a flexibilidade curricular e a ser lecionado, “como todas as outras matérias”, do ponto de vista educativo, nomeadamente ao nível do primeiro ciclo. “Isto foi muito importante, na medida em que começámos a criar uma geração mais consciente relativamente àquilo que é o mar, àquilo que o mar pode trazer, uma geração mais consciente, relativamente aos processos de poluição, relativamente ao meio marinho. De que forma é que isso afeta as espécies, de que forma é que isso afeta toda uma geração. E também do ponto de vista do impacto que tem na qualidade de vida das populações”, começou por explicar Júlio Estrelinha. O objetivo deste projeto é “educar no sentido de uma simbiose em que permita que estas novas gerações percebam de que forma é que a sustentabilidade tem de estar equilibrada sempre com a questão do desenvolvimento”, acrescenta.

Garrett a entrar no Mercedes-Benz Surfing Lounge

Existir uma simbiose entre marcas como a Mercedes-Benz e a comunidade local, no sentido de criar aproximação, compreender a comunidade local e perceber o que é que [a marca] pode trazer, é extremamente importante

“Começam a ser dados alguns passos, com um conjunto de projetos que já existem em Portugal para levar as escolas a terem esse contacto com o mar, mas ainda está muito longe daquilo que temos de atingir para uma nação que está instalada no mar”, afirma Lino Bogalho, lembrando os 900 quilómetros de extensão da costa portuguesa – “nós somos rodeados de mar. Toda a nossa costa oeste e sul é mar”. O responsável pelo Mercedes-Benz Surfing Lounge enfatiza a necessidade urgente de educar as novas gerações em meio aquático. “É um coisa que falta à nossa juventude. Quem vive do mar, no mar e para o mar, nota que a nossa juventude, as nossas crianças, têm muita dificuldade de se entrosar em meio aquático. E porquê? Porque não têm tido a formação”, explica.

Lino
Bogalho

Responsável Mercedes-Benz Surfing Lounge
E conversa com Lino na sua embarcação ao longo da costa da Nazaré
Lino a prender a embarcação na marina da Nazaré

Se vamos andar a cavalo, preparamo-nos para andar a cavalo. Se vamos jogar futebol, vamos prepararmo-nos para jogar futebol. Porque é que nós temos a mesma reação para a água?

Lino Bogalho

Em Sintra, onde dá aulas de surf, João Macedo, surfista de ondas gigantes português e fundador da Hope Zones Foundation, ressaltou a importância de proporcionar oportunidades práticas aos jovens, de “dar [aos jovens] oportunidades para trabalhar dentro do nosso meio em que o respeito vai fazer parte da ética de trabalho. Dar-lhes oportunidades para que possam também começar a construir as vidas deles ligadas ao mar”, explicou, mencionando a plantação de algas na Nazaré como um exemplo de um projeto da Hope Zones que oferece aos jovens uma visão tangível de como podem contribuir para a sustentabilidade no seio da comunidade. “O lixo hoje em dia é um recurso, não é visto só como lixo, e isso é o mais importante para transmitir às camadas mais jovens, esse aspeto transformativo, que lhes dá perspetivas de emprego no futuro. Mostrar que a tecnologia realmente traz soluções. É preciso trabalho para agarrar uma coisa que parece inútil e transformar em algo útil”, acrescenta.

Na visão do surfista português, a conexão emocional com o meio ambiente é fundamental para fomentar um compromisso duradouro com a proteção do oceano, uma visão com a qual o psicólogo Júlio Estrelinha concorda: “Se eu tiver uma relação emocional com aquilo que me rodeia, eu tenho muito mais predisposição para criar um compromisso com o desafio que me é proposto, neste caso com a proteção do oceano e da vida marinha”, destaca. Esta ligação emocional é muitas vezes o que motiva as pessoas a adotar comportamentos mais sustentáveis.

João
Macedo

Surfista profissional e
presidente da Hope Zones Foundation
João Macedo a entrar no mar, pronto para <i>surf</i>
À conversa com João sobre a mensagem a passar à novas gerações

Sinto que a preocupação ambiental das crianças é algo que vai e vem porque são crianças. Por isso, se nós não estamos constantemente a lembrar-lhes não, conseguimos que aquilo tenha um efeito duradouro

Nuno Sá a comandar a embarcação no Tejo

Nuno Sá

Cineasta Subaquático

“Os oceanos já cá estavam muito antes de nós termos chegado e hão de continuar cá depois de nós nos irmos embora. Nós precisamos dos oceanos para podermos sobreviver como seres humanos. Agora o oceano não precisa para nada de nós como seres humanos no planeta Terra”, partilha Nuno Sá, cineasta subaquático que, através da filmagem e fotografia, inspira uma nova geração a valorizar e a proteger o oceano, uma conexão que considera fundamental para fomentar uma atitude de cuidado e de respeito pelo meio ambiente.

“Se há um elemento no nosso planeta que tem impacto direto na nossa vida, na nossa vida diária, é o oceano. Os oceanos acabam por alimentar uma boa parte do nosso planeta e por impactar praticamente todos os espaços do nosso dia. O que nós temos de ter a noção é que cerca de 90% de toda a vida do planeta Terra existe nos nossos oceanos”, lembra. A sua experiência em filmar a vida marinha em todo o mundo deu-lhe uma perspetiva única sobre a fragilidade e a resiliência dos oceanos – basta ver o episódio mais triste que já viveu na Parte II deste documentário.

Grupo de pessoas num semi rígido no Tejo à procura de golfinhos e baleias

Há pessoas que têm uma apetência natural para se relacionarem com o meio ambiente e com esta questão da sustentabilidade. Há outras que precisam trabalhá-la. E isso pode ser feito através das competências emocionais, das competências afetivas e do vínculo